Muita Luz Para a Sua Vida!!!

Muita Luz Para a Sua Vida!!!
Luz*Paz*Sucesso

quarta-feira, 5 de maio de 2010

UM RELATO


Erivaldo
Através de encontros voluntários realizados na Praça Princesa Isabel, uma grande amizade surgiu entre o morador de rua e egresso prisional, Erivaldo e a advogada e voluntária, Marília Calfat. Disposta a ajudá-lo, Marília pesquisou Entidades, Ong´s e Fundações que pudessem apoiar o Erivaldo, foi quando ela conheceu a FUNAP e, muito esperançosa, nos pediu ajuda. Conversando com eles, uma das possibilidades de apoiá-lo é por meio da divulgação de sua história em nosso site.Caso houver interesse em dar uma oportunidade de trabalho ao Erivaldo, por favor, entrar em contato com a Marília no telefone 9521 2588.


Segue sua história:Erivaldo conta para a gente um pouco como foi a sua vida de trabalho, no que você trabalhou, o que você fazia?
Eu vim da Paraíba para São Paulo porque eu tinha perdido o meu pai, meu pai era tudo na minha vida. Então, eu saí da minha cidade em Campina Grande em 06 de dezembro de 86. Cheguei aqui no dia 08 de dezembro de 86. Então, eu não conhecia nada em São Paulo, estava sem documento, sem nada, e eu vim na intenção de arrumar um emprego, tirar meus documentos, tentar construir uma família, ter uma casa, ter uma mulher e ter filho, que é uma coisa sagrada, mas infelizmente, não sabia nem andar em São Paulo.
Deus pintou no meu caminho, eu saí da rodoviária a pé, e estava andando sem destino, sem nada, na rua Araújo, no Edifício Copam tinha uma vaga, naquela época estava escrito assim: Precisa-se de serviços de ajudante geral - era para lavar pratos e outras coisas, então, eu entrei e conversei com uma pessoa que foi gentil. Eu falei que estava chegando do nordeste, que não tinha nada, estava dormindo na rua e não tinha documentos, só o Certificado de Alistamento, e esse Português me deu a maior força, tirou meus documentos, me deu o emprego, mas primeiro ele fez um teste. Perguntou se eu tinha condições de lavar doas pilhas de louça, e eu falei que tinha condições, ele viu que eu levava jeito, nunca tinha trabalhado nesse serviço, e foi assim, ele tirou meus documentos me deu uma ajuda, arrumou alguém que alugasse uma pensão para mim, porque eu não tinha condições de nada. Fiquei uns dias sem lugar, trabalhava, voltava para a rodoviária, dormia, falava tudo errado, eu tinha trauma de escada rolante, achava que aquilo ia me pegar, é, porque eu nunca tinha visto cidade grande e estas coisas. Mas graças a Deus e a fé que eu tenho nele de confiar em muita gente, porque nesse mundo existe muita gente boa.
E eu graças a Deus consegui o emprego em hotel cinco estrelas, trabalhar no meio de público. Trabalhei no Sheraton Mofarrej & Towers, no Holiday Two Plazas, no Macsoud Plaza, trabalhei numa área que eu sempre gostei que é a área de mexer com o público, trabalhei na área de limpeza, em arrumação. O que eu mais gosto é de limpeza, vamos supor que tem uma parede manchada, eu sei o produto adequado que sai, e sei qual aquele que não sai, nesses pisos de madeira também eu sei a cera adequada, tem cera que escorrega, cera que não escorrega, cera que dá brilho. Eu sei fazer um pouco de tudo, mas o que eu sempre gostei mais foi cozinha e limpeza. Encontrei pessoas que me ensinaram, me deram força, que dão palavra de conforto, não pelo que você ganha, é uma palavra calma que fala para você ir à luta, que agente torce por você, isso é bonito. Nós não podemos nunca abaixar a cabeça para o que agente passa na vida, agente tem que simplesmente valorizar a si mesmo e acima de tudo confiar que ainda tem gente que vai dar um crédito para você, isso que é o mais importante na vida da gente. Resumindo, teve algumas coisas que aconteceram na minha vida, que acontece na vida de cada um, mas procurei sempre aprender coisas boas, nunca aprender coisas ruins, e eu graças a Deus estou aqui tentando me erguer novamente, eu sei que é difícil mas não é impossível. Enquanto Deus me der vida eu vou lutar e acreditar que um dia eu ainda vou chegar lá.
Erivaldo quanto tempo você está sem trabalhar? Como é essa experiência de estar sem um teto?
Olha casa eu não tenho, mas dignidade eu tenho graças a Deus, faço minhas correrias, limpo um carro aqui, outro ali, consigo arrumar cinco, dez reais, pago uma dormida para mim, que é a pior coisa do ser humano, chegar à noite, estar chovendo e você não ter um lugar para dormir. E o que me magoa muito é quando eu tenho três reais e falta dois para pagar uma pensão para dormir, que você possa tomar um banho, possa lavar sua camisa, possa fazer sua higiene, isso me preocupa muito. Mas isso não me influencia no que as pessoas pensam, não, de forma alguma. Eu tenho que mostrar para essas pessoas que olham meio de cara virada, que amanhã ou depois elas vão pensar: puxa, eu pensava aquilo daquele cara, mas me enganei, não é.
E tudo isso que eu passei na minha vida eu não desejo a meu pior inimigo, só quem sabe é quem passou.
Às vezes eu converso com a molecadinha na rua, e digo não faz isso, eu sei que o mundo não é um mar de rosas não, mas é melhor ser um mendigo e estar aqui em liberdade e poder ir onde você quiser, do que você estar no meio de um cubículo com seis ou mais companheiros respirando o mesmo ar, enterrado vivo sem saber quando sai, porque a realidade é essa, o mundo do crime não leva ninguém a nada, se o crime levasse a algum lugar não teriam muitos mafiosos como o Fernandinho Beira Mar que tem um rio de dinheiro, é um bom malandro, mas o que adianta, não tem a Liberdade. E se você põe um passarinho na gaiola, qual vai ser a prioridade dele, a primeira chance que você der, ele vai embora, porque é uma ave que Deus fez não para estar presa e sim para estar voando. E eu estou aqui, mas tenho fé em Deus e ele sempre tem alguma coisa a fazer na vida da gente. E quando ele tem alguma coisa para fazer em nossas vidas, ele põe uma pessoa no seu caminho para que essa pessoa possa te encaminhar no futuro para um caminho melhor, então, tem muitas vezes que as pessoas vão depender da gente. Eu vou torcer para que tudo dê certo, conheço agora o trabalho de vocês, sei que vocês tiram um pouquinho de cada um de vocês. Para que esse trabalho de vocês seja um pouco mais reconhecido, e que o governo também possa dar uma chance, pois sem vocês o governo não trabalha e não é ninguém, então agente precisa de um incentivo, a sociedade, ela tem medo de muitas coisas hoje, mas se pararmos para analisar é melhor você ter um amigo que sofreu que te dá confiança do que um PM para ser seu segurança. Porque não dar uma chance para um ex-presidiário, ele vai pensar duas vezes antes de fazer o mal, eu mesmo estou há quatro anos de liberdade, não tenho moradia, mas se pegar um atestado de antecedente você verá. Tem dias que eu passo apuro, mas na terça-feira eu saio correndo de onde eu estiver para encontrar com eles, porque ali eu fico a semana tranqüilo, consciente que tem alguém que gosta de mim, então eu sempre procuro incentivar alguém muito mais ainda, é gostoso porque minha família passa a ser você, que me dirige aquela palavra de conforto, e que me fala: vou torcer por você, é bonito quando você olha nos olhos das pessoas e vê aquela sinceridade quando as pessoas jogam limpo com você. Eu estou sem trabalhar desde 96, estou lutando, batalhando. Mas às vezes o que estraga é que quando eu arrumo emprego eu falo que não tenho moradia e não tenho onde dormir, aí já perco.
Depoimento de Marília:Minha filha foi convidada para fazer esse trabalho e na época ela estava fazendo o terceiro colegial e cursinho, então era impossível para ela assumir tal compromisso, mas eu ouvi aquela conversa e pensei: já que minhas filhas estão ficando mais moças eu podia achar uma outra atividade que me entretivesse, ou seja, fazer alguma coisa por alguém, então me ofereci. Chegando lá era um grupo espírita, eu levei um tempo até saber que eles eram espíritas, mas eles rezavam da mesma forma que eu e tínhamos as mesmas intenções que eu. Estou lá há oito anos, e era tudo que eu queria, vou com muita satisfação.
Acho que um trabalho voluntário tem que ser uma coisa muito prazerosa para você, se não, por um motivo ou outro você acaba não indo mais, um dia é porque chove, outro dia é porque você está cansada. Eu espero o meu dia, que são as terças feiras, pode chover. Eu vou com muita satisfação, gosto muito do grupo que vai comigo, é um privilégio poder viver e trabalhar com um grupo com as mesmas pretensões e tão altruísta quanto este, acabamos ficando todos amigos.
Num desses trabalhos, conheci Erivaldo, com quem firmei uma grande amizade, tive uma proximidade muito grande com ele, assim, uma coisa de amizade mesmo, a gente vai se tornando amigo de vários deles, uns se aproximam de mim, outros do Carlos (amigo de grupo). Nós somos um grupo de umas vinte ou trinta pessoas, então só Deus sabe porque o Erivaldo se aproximou de mim, nós começamos a conversar e eu senti nele uma diferença dos outros, porque a maioria são pessoas menos preparadas, tiveram talvez menos chances, mas ele não deixou cair a vida dele, ele queria ir para frente, não queria ficar no mesmo lugar, e então, nós ficamos amigos e começamos a conversar todas às terças-feiras um pouquinho, porque é uma coisa meio rápida, são muitas pessoas. E cada vez eu fui sentindo que o Erivaldo era uma pessoa inteligente, com uma memória ótima, conhece muitas coisas, é uma pessoa muito educada e até se preocupava com a minha segurança lá dentro, porque são por volta de duzentas pessoas por noite. Eu senti uma confiança muito grande no Erivaldo porque ele conseguia acalmar os outros e tinha um espírito de liderança, ou seja, um certo domínio sobre os outros, ele conseguia o controle. O Erivaldo tem uma coisa diferente, ele é uma pessoa inteligente que precisa de uma oportunidade de se especializar em alguma coisa. Ele é interessado. Sabe, o pouco que conversamos, ele mostra cada vez conhecimentos em coisas diferentes, uma hora é sobre cozinha, alguma coisa que ele plantava, sabe umas coisas curiosas, é fácil de perceber que ele é uma pessoa curiosa e atenta. Ele assimila o conhecimento que consegue adquirir, e vai armazenando, tem uma memória incrível, e eu estou querendo ajudar porque ele me conquistou.Segue sua história:Erivaldo conta para a gente um pouco como foi a sua vida de trabalho, no que você trabalhou, o que você fazia?
Eu vim da Paraíba para São Paulo porque eu tinha perdido o meu pai, meu pai era tudo na minha vida. Então, eu saí da minha cidade em Campina Grande em 06 de dezembro de 86. Cheguei aqui no dia 08 de dezembro de 86. Então, eu não conhecia nada em São Paulo, estava sem documento, sem nada, e eu vim na intenção de arrumar um emprego, tirar meus documentos, tentar construir uma família, ter uma casa, ter uma mulher e ter filho, que é uma coisa sagrada, mas infelizmente, não sabia nem andar em São Paulo.
Deus pintou no meu caminho, eu saí da rodoviária a pé, e estava andando sem destino, sem nada, na rua Araújo, no Edifício Copam tinha uma vaga, naquela época estava escrito assim: Precisa-se de serviços de ajudante geral - era para lavar pratos e outras coisas, então, eu entrei e conversei com uma pessoa que foi gentil. Eu falei que estava chegando do nordeste, que não tinha nada, estava dormindo na rua e não tinha documentos, só o Certificado de Alistamento, e esse Português me deu a maior força, tirou meus documentos, me deu o emprego, mas primeiro ele fez um teste. Perguntou se eu tinha condições de lavar doas pilhas de louça, e eu falei que tinha condições, ele viu que eu levava jeito, nunca tinha trabalhado nesse serviço, e foi assim, ele tirou meus documentos me deu uma ajuda, arrumou alguém que alugasse uma pensão para mim, porque eu não tinha condições de nada. Fiquei uns dias sem lugar, trabalhava, voltava para a rodoviária, dormia, falava tudo errado, eu tinha trauma de escada rolante, achava que aquilo ia me pegar, é, porque eu nunca tinha visto cidade grande e estas coisas. Mas graças a Deus e a fé que eu tenho nele de confiar em muita gente, porque nesse mundo existe muita gente boa.
E eu graças a Deus consegui o emprego em hotel cinco estrelas, trabalhar no meio de público. Trabalhei no Sheraton Mofarrej & Towers, no Holiday Two Plazas, no Macsoud Plaza, trabalhei numa área que eu sempre gostei que é a área de mexer com o público, trabalhei na área de limpeza, em arrumação. O que eu mais gosto é de limpeza, vamos supor que tem uma parede manchada, eu sei o produto adequado que sai, e sei qual aquele que não sai, nesses pisos de madeira também eu sei a cera adequada, tem cera que escorrega, cera que não escorrega, cera que dá brilho. Eu sei fazer um pouco de tudo, mas o que eu sempre gostei mais foi cozinha e limpeza. Encontrei pessoas que me ensinaram, me deram força, que dão palavra de conforto, não pelo que você ganha, é uma palavra calma que fala para você ir à luta, que agente torce por você, isso é bonito. Nós não podemos nunca abaixar a cabeça para o que agente passa na vida, agente tem que simplesmente valorizar a si mesmo e acima de tudo confiar que ainda tem gente que vai dar um crédito para você, isso que é o mais importante na vida da gente. Resumindo, teve algumas coisas que aconteceram na minha vida, que acontece na vida de cada um, mas procurei sempre aprender coisas boas, nunca aprender coisas ruins, e eu graças a Deus estou aqui tentando me erguer novamente, eu sei que é difícil mas não é impossível. Enquanto Deus me der vida eu vou lutar e acreditar que um dia eu ainda vou chegar lá.
Erivaldo quanto tempo você está sem trabalhar? Como é essa experiência de estar sem um teto?
Olha casa eu não tenho, mas dignidade eu tenho graças a Deus, faço minhas correrias, limpo um carro aqui, outro ali, consigo arrumar cinco, dez reais, pago uma dormida para mim, que é a pior coisa do ser humano, chegar à noite, estar chovendo e você não ter um lugar para dormir. E o que me magoa muito é quando eu tenho três reais e falta dois para pagar uma pensão para dormir, que você possa tomar um banho, possa lavar sua camisa, possa fazer sua higiene, isso me preocupa muito. Mas isso não me influencia no que as pessoas pensam, não, de forma alguma. Eu tenho que mostrar para essas pessoas que olham meio de cara virada, que amanhã ou depois elas vão pensar: puxa, eu pensava aquilo daquele cara, mas me enganei, não é.
E tudo isso que eu passei na minha vida eu não desejo a meu pior inimigo, só quem sabe é quem passou.
Às vezes eu converso com a molecadinha na rua, e digo não faz isso, eu sei que o mundo não é um mar de rosas não, mas é melhor ser um mendigo e estar aqui em liberdade e poder ir onde você quiser, do que você estar no meio de um cubículo com seis ou mais companheiros respirando o mesmo ar, enterrado vivo sem saber quando sai, porque a realidade é essa, o mundo do crime não leva ninguém a nada, se o crime levasse a algum lugar não teriam muitos mafiosos como o Fernandinho Beira Mar que tem um rio de dinheiro, é um bom malandro, mas o que adianta, não tem a Liberdade. E se você põe um passarinho na gaiola, qual vai ser a prioridade dele, a primeira chance que você der, ele vai embora, porque é uma ave que Deus fez não para estar presa e sim para estar voando. E eu estou aqui, mas tenho fé em Deus e ele sempre tem alguma coisa a fazer na vida da gente. E quando ele tem alguma coisa para fazer em nossas vidas, ele põe uma pessoa no seu caminho para que essa pessoa possa te encaminhar no futuro para um caminho melhor, então, tem muitas vezes que as pessoas vão depender da gente. Eu vou torcer para que tudo dê certo, conheço agora o trabalho de vocês, sei que vocês tiram um pouquinho de cada um de vocês. Para que esse trabalho de vocês seja um pouco mais reconhecido, e que o governo também possa dar uma chance, pois sem vocês o governo não trabalha e não é ninguém, então agente precisa de um incentivo, a sociedade, ela tem medo de muitas coisas hoje, mas se pararmos para analisar é melhor você ter um amigo que sofreu que te dá confiança do que um PM para ser seu segurança. Porque não dar uma chance para um ex-presidiário, ele vai pensar duas vezes antes de fazer o mal, eu mesmo estou há quatro anos de liberdade, não tenho moradia, mas se pegar um atestado de antecedente você verá. Tem dias que eu passo apuro, mas na terça-feira eu saio correndo de onde eu estiver para encontrar com eles, porque ali eu fico a semana tranqüilo, consciente que tem alguém que gosta de mim, então eu sempre procuro incentivar alguém muito mais ainda, é gostoso porque minha família passa a ser você, que me dirige aquela palavra de conforto, e que me fala: vou torcer por você, é bonito quando você olha nos olhos das pessoas e vê aquela sinceridade quando as pessoas jogam limpo com você. Eu estou sem trabalhar desde 96, estou lutando, batalhando. Mas às vezes o que estraga é que quando eu arrumo emprego eu falo que não tenho moradia e não tenho onde dormir, aí já perco.
Depoimento de Marília:Minha filha foi convidada para fazer esse trabalho e na época ela estava fazendo o terceiro colegial e cursinho, então era impossível para ela assumir tal compromisso, mas eu ouvi aquela conversa e pensei: já que minhas filhas estão ficando mais moças eu podia achar uma outra atividade que me entretivesse, ou seja, fazer alguma coisa por alguém, então me ofereci. Chegando lá era um grupo espírita, eu levei um tempo até saber que eles eram espíritas, mas eles rezavam da mesma forma que eu e tínhamos as mesmas intenções que eu. Estou lá há oito anos, e era tudo que eu queria, vou com muita satisfação.
Acho que um trabalho voluntário tem que ser uma coisa muito prazerosa para você, se não, por um motivo ou outro você acaba não indo mais, um dia é porque chove, outro dia é porque você está cansada. Eu espero o meu dia, que são as terças feiras, pode chover. Eu vou com muita satisfação, gosto muito do grupo que vai comigo, é um privilégio poder viver e trabalhar com um grupo com as mesmas pretensões e tão altruísta quanto este, acabamos ficando todos amigos.
Num desses trabalhos, conheci Erivaldo, com quem firmei uma grande amizade, tive uma proximidade muito grande com ele, assim, uma coisa de amizade mesmo, a gente vai se tornando amigo de vários deles, uns se aproximam de mim, outros do Carlos (amigo de grupo). Nós somos um grupo de umas vinte ou trinta pessoas, então só Deus sabe porque o Erivaldo se aproximou de mim, nós começamos a conversar e eu senti nele uma diferença dos outros, porque a maioria são pessoas menos preparadas, tiveram talvez menos chances, mas ele não deixou cair a vida dele, ele queria ir para frente, não queria ficar no mesmo lugar, e então, nós ficamos amigos e começamos a conversar todas às terças-feiras um pouquinho, porque é uma coisa meio rápida, são muitas pessoas. E cada vez eu fui sentindo que o Erivaldo era uma pessoa inteligente, com uma memória ótima, conhece muitas coisas, é uma pessoa muito educada e até se preocupava com a minha segurança lá dentro, porque são por volta de duzentas pessoas por noite. Eu senti uma confiança muito grande no Erivaldo porque ele conseguia acalmar os outros e tinha um espírito de liderança, ou seja, um certo domínio sobre os outros, ele conseguia o controle. O Erivaldo tem uma coisa diferente, ele é uma pessoa inteligente que precisa de uma oportunidade de se especializar em alguma coisa. Ele é interessado. Sabe, o pouco que conversamos, ele mostra cada vez conhecimentos em coisas diferentes, uma hora é sobre cozinha, alguma coisa que ele plantava, sabe umas coisas curiosas, é fácil de perceber que ele é uma pessoa curiosa e atenta. Ele assimila o conhecimento que consegue adquirir, e vai armazenando, tem uma memória incrível, e eu estou querendo ajudar porque ele me conquistou.

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