Dr. Leopold Nosek (psicanalista)

"A sociedade tenta excluir o que é podre, o que é feio, o que é miserável, e constrói muros nas suas casas, muros nos seus condomínios, que são embriões da cadeia. Juntam-se estes dois fatores, um mundo onde o emprego é muito mais difícil, onde a competição é muito mais acirrada, com pessoas que têm uma formação tão precária da sua humanidade e a resultante vai ser catastrófica. Quer dizer, a resultante é violência imediata.
Quando a família se desmonta e a existência mais importante que a pobreza material é a pobreza espiritual, resulta que o espirito se constrói pobre.

Então os indivíduos temem a patologia da ação, a delinqüência, e a violência adquire canais de expressão, porque ela não tem a possibilidade de ser contida dentro do espirito.
O homem não encontra trabalho, dá de beber, desaparece, a mãe sobra sozinha com as crianças. Ela também tem que se sustentar, ela sai para o trabalho, a criança de quatro anos cuida da de dois, a de cinco cuida da de quatro… O que se pode esperar de uma situação como essa?
O que eu vejo é que as tentativas de solucionar isso lidam com as pessoas como se fossem plantas. Então do que se cuida? Se cuida do espaço, moradia, se cuida de alimentação, colégio, da escola, permanência na escola… Mas se observar, isso tudo é cuidado material, onde a pessoa não é encarada diferente de um vegetal. Então da onde se constrói essa cumplicidade de espírito que dá noção de tempo, de espaço, de organização, que cria as possibilidades para as pessoas irem a uma escola e aprender? Isso é antes da escola: isso é na estrutura de casa, na estrutura da família".

"A sociedade tenta excluir o que é podre, o que é feio, o que é miserável, e constrói muros nas suas casas, muros nos seus condomínios, que são embriões da cadeia. Juntam-se estes dois fatores, um mundo onde o emprego é muito mais difícil, onde a competição é muito mais acirrada, com pessoas que têm uma formação tão precária da sua humanidade e a resultante vai ser catastrófica. Quer dizer, a resultante é violência imediata.
Quando a família se desmonta e a existência mais importante que a pobreza material é a pobreza espiritual, resulta que o espirito se constrói pobre.

Então os indivíduos temem a patologia da ação, a delinqüência, e a violência adquire canais de expressão, porque ela não tem a possibilidade de ser contida dentro do espirito.
O homem não encontra trabalho, dá de beber, desaparece, a mãe sobra sozinha com as crianças. Ela também tem que se sustentar, ela sai para o trabalho, a criança de quatro anos cuida da de dois, a de cinco cuida da de quatro… O que se pode esperar de uma situação como essa?
O que eu vejo é que as tentativas de solucionar isso lidam com as pessoas como se fossem plantas. Então do que se cuida? Se cuida do espaço, moradia, se cuida de alimentação, colégio, da escola, permanência na escola… Mas se observar, isso tudo é cuidado material, onde a pessoa não é encarada diferente de um vegetal. Então da onde se constrói essa cumplicidade de espírito que dá noção de tempo, de espaço, de organização, que cria as possibilidades para as pessoas irem a uma escola e aprender? Isso é antes da escola: isso é na estrutura de casa, na estrutura da família".